26.5.12

Abandono


Triste e esquecido, fazes-te ouvir com a tua voz cada vez mais anoitecida no luar da esperança e escondes esse teu medo da noite. Esse medo que te faz apreciar o dia e o sol que te ilumina a janela, janela que te faz estar aberto e disponivel para dar um abraço ao carinho e colher os ultimos ensinamentos.
És retratado na exibição da longevidade como valor supremo mesmo sendo essa longevidade enganosa pelo simples facto de que ninguém cuida dela, ninguém cuida de ti no abandono da vida junto a uma janela que te acompanha no silêncio do caracter humilde.
És ser da mistificação da realidade que é transformado pela sociedade pós-moderna, que usa em ti eufemismos que retratam a verdade escondida.
Tudo se faz para suavizar a nossos olhos a tua dor, dor de viver, dor de observar o horizonte sem ninguém o ripostar e dar-te a música da vida, aquela música da vida que outrora já ouviste com alguém que se preocupava contigo e tornou-te descartável de uma manhã para a outra.
Esperas o instante do ultimo suspiro para acabar com esse sofrimento que só se faz entender num mero espelho do teu refúgio,esperas o instante em que descansarás os teus olhos que só viram solidão e tristeza no mesmo saco de surpresas enquanto que eras vitima desta escrita em dia.
Esta solidão sem limites que tem o seu auge nas noites frias impedindo-te de teres o aconchego do teu ser favorito, esta solidão sem limites que faz de ti um abandonado.

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